THE 50 BEST ALBUMS OF 2020

alicettgs
10 min readDec 25, 2020

--

Em um ano pandêmico, tão difícil, a música tornou-se um elemento importante para a fuga dos problemas do mundo. Sem shows presenciais, as lives tornaram-se a nova realidade de muitos artistas, e grandes produções (como as de clipes musicais) tiveram de ser feitas com equipes reduzidas. Aqui vai uma lista dos 50 melhores discos internacionais de 2020, não contando relançamentos ou edições remasterizadas.

50. INNER SONG: Kelly Lee Owens

49. HO, WHY IS YOU HERE ?: Flo Milli

48. APOLLO: Fireboy DML

47. SONG FOR OUR DAUGHTER: Laura Marling

46. UNGODLY HOUR: Chloe x Halle

45. ALFREDO: Freddie Gibbs, The Alchemist

44. FUTURE NOSTALGIA: Dua Lipa

43. KICK I: Arca

42. FLOWER OF DEVOTION: Dehd

41. MISS COLOMBIA: Lido Pimienta

40. WE WILL ALWAYS LOVE YOU: The Avalanches

39. LAMENT: Touché Amoré

38. A WRITTEN TESTIMONY: Jay Electonica

37. SHALL WE GO ON SINNING SO THAT GRACE MAY INCREASE?: The Soft Pink Truth

36. MISS ANTHROPOCENE: Grimes

35. HEAVY LIGHT: U.S. Girls

34. SAWAYAMA: Rina Sawayama

33. ETERNAL ATAKE: Lil Uzi Vert

32. SUDDENLY: Caribou

31. FOLKLORE: Taylor Swift

30. SILVER LADDERS: Mary Lattimore

29. THANK YOU FOR USING GTL: Drakeo The Ruler, JoogSzn

28. HANNAH: Lomelda

27. MAMA, YOU CAN BET!: Jyoti (Georgia Anne Muldrow)

26. EVERY BAD: Porridge Radio

25. MUTABLE SET: Blake Mills

24. FOREVER, YA GIRL: KeiyaA

23. MELEE: Dogleg

22. SOURCE: Nubya Garcia

21. LIVE FOREVER: Bartees Strange

20. FOUNTAIN: Lyra Pramuk

19. THE ANGEL YOU DON’T KNOW: Amaarae

18. SHORE: Fleet Foxes

17. LIVE: Angel Bat Dawid

16. ROUGH AND ROWDY WAYS: Bob Dylan

15. HEAVEN TO A TORTURED MIND: Yves Tumor

O disco de Yves Tumor assimila rock e música experimental, trazendo influências do hard rock e de uma música barulhenta e cheia de distorções, gritos e guitarras elétricas. É mais um trabalho rico do artista que deu uma excelente continuação ao – magnífico – “Safe in the Hand of Love.”

14. YHLMQDLG: Bad Bunny

Uma palavra define bem o disco de Bad Bunny: diversidade. Diversidade de ritmos, de sons, de participações e de letras. É um álbum rico, que veio para ressignificar a música latina urbana. O disco traz muitas inovações ao misturar rap, rock e música eletrônica, reforçando a identidade única e sensacional do cantor que, cada vez mais, vem se tornando um dos artistas mais populares do mundo.

13. HEALING IS A MIRACLE: Julianna Barwick

A artista experimental Julianna Barwick traz em “Healing Is A Miracle” a promessa que faz no título: um milagre musical. As melodias instrumentais doces e eletrônicas funcionam como um álbum de new age. É um disco, em certo ponto, espiritual. Com a utilização de sons naturais e simuladores de água, cachoeiras e barulho de animais, a musicista cria um mundo onírico, mas ao mesmo tempo real, simples e puro. É uma das obras mais magníficas da música experimental/eletrônica dos últimos anos.

12. HAVE WE MET: Destroyer

Tendo referência em nomes como Clarice Lispector, Destroyer construiu uma carreira impecável nos últimos anos, com um lirismo sensacional e, sem sombra de dúvidas, uma identidade espetacular. Com influências no synthpop e em bandas dos anos 80, a engenharia dos álbuns do grupo sempre foram um grande destaque, exemplo o magnífico som de “Kaputt”, um dos maiores discos da última década. Em “Have We Met”, Destroyer mantém a identidade única do grupo e embala canções irresistíveis. Com “Cue Synthesizer” e “University Hill”, o disco torna-se um trabalho completo, perfeito para uma lista de melhores do ano.

11. MICROPHONES IN 2020: The Microphones

17 anos após o seu último lançamento, The Microphones retorna em um álbum de faixa única. Sob o comando vocal de Phil Elverum (hoje em dia, sob o nome de Mount Eerie), o disco é uma auto-biografia que liga passado e presente, detalhando a infância e adolescência do artista. É um trabalho fenomenal, que não se preocupa com rimas, divisão de sílabas, finalização de frases ou outros detalhes técnicos. Acompanhado de um fundo de cordas espetacular, o lirismo do álbum é quase perfeito, com letras doces, reais e totalmente descritivas. Mergulhamos nesse rio de histórias e flashbacks da vida do cantor.

10. ACT II – THE PATENTS OF NOBILITY (THE TURN): Jay Electronica

Sete meses após o lançamento de seu álbum de estreia, Jay Electronica teve um novo álbum de demos vazadas. Em um projeto que deveria ter sido uma trilogia, o disco mostra um rapper pronto, extremamente talentoso e que tem tudo para se tornar um dos maiores nomes da indústria.

9. WHAT’S YOUR PLEASURE: Jessie Ware

Assim como o nome do disco já nos antecipa, escutar o ‘What’s Your Pleasure?’ é algo totalmente prazeroso. Em seu registro pop/r&b / dance, a cantora traz mais um álbum envolvente, animado e que tem tudo para ser tocado nos grandes clubes, ao final da pandemia.

8. SONGS & INSTRUMENTALS: Adrianne Lenker

Acompanhar a Adrianne Lenker/Big Thief é algo sensacional: todos os anos temos, pelo ou menos, um trabalho novo e, todos eles, são sempre sensacionais, nunca deixando nada a desejar. Nesse trabalho duplo, a vocalista se divide em um disco com canções rock/folk, falando sobre amores e a chuva, e um outro álbum, dessa vez instrumental, com sons de sinos, gotas de água e um fundo musical delicado.

7. RTJ4: Run The Jewels

O quarto álbum da dupla de hip-hop foi lançado junto aos protestos do ‘Black Lives Matter.’ No novo disco, os rappers trazem a mídia, a polícia e a miséria como temas de um trabalho abundante. Através das faixas, nota-se a evolução de Run The Jewels, que discute as desigualdades sociais e o respeito.

6. WOMEN IN MUSIC PT. III: Haim

Me estranha saber que, apenas em seu 3º álbum de estúdio, as irmãs “Haim” tenham lançado uma música chamada ‘Los Angeles.’ Completando uma trilogia de lançamentos impecáveis, o trio trouxe o que sempre traz em todos os seus álbuns: qualidade! A faixa de abertura soa como se estivéssemos em Los Angeles, a tarde, e entrássemos em um bar, como o da capa do álbum, pegando um café e depois saindo pelas ruas da cidade. É um álbum grandioso. As produções são grandiosas. Não há limites para a exploração vocal das irmãs, que entram em uníssono, por diversas vezes. Muitos são os estilos e regiões (vocais e instrumentais) que englobam – mais um – álbum sensacional de “Haim.”

5. PUNISHER: Phoebe Bridgers

Punisher é, sem dúvidas, o melhor registro da carreira de Phoebe. Em um folk simplista, a voz da cantora soa como um sussurro. Com letras minimalistas, pessoais e românticas, a californiana mostra uma complexa evolução ao seu trabalho anterior. O desejo que surge ao ouvir o ‘Punisher’ é o de mergulhar em um oceano bem fundo e escuro e ficar ali escutando as delicadas letras de Phoebe.

4. GRÆ: Moses Sumney

Moses Sumney é um artista gigante. A prova disso é a dinamicidade em que o mesmo trabalha suas músicas. Inovando a cada álbum, mas permanecendo com suas características particulares, “Græ” torna-se uma continuação perfeita para o “Aromanticism”. Com um rock leve, a produção é caracterizada pelo uso de instrumentos delicados (as vezes de sopro), com a voz única (e de cabeça, em grande parte das canções) de Moses Sumney.

3. SET MY HEART ON FIRE IMMEDIATELY: Perfume Genius

Em uma produção magnífica de Blake Mills, Perfume Genius trouxe em seu 5º álbum de estúdio letras intrigantes, excêntricas e sensuais; indo desde uma perspectiva insegura e triste sobre o tempo restante de sua vida, até descrições calorosas sobre o corpo do amado.

2. SAINT CLOUD: Waxahatchee

“Saint Cloud” é, sem dúvidas, o trabalho mais folk/country de Waxahatchee. Diferentemente de seu rock profundo e triste do passado, o recente trabalho opõe-se completamente a melancolia do – incrível – Cerulean Salt, disco de grande notoriedade de Katie Crutchfield. No álbum anterior, víamos a cantora debaixo d’água, sem poder respirar e com os cabelos tampando o rosto. No atual, temos uma mulher feliz, livre e em um romance delicado, alá canções românticas do Texas. Em um vestido azul e sobre um carro cheio de rosas, o espírito que Waxahatchee traz em ‘Saint Cloud’ é de alegria. Sim, algumas canções podem ser tristes, mas todas tem um aroma de esperança. É leve, fluido e com uma coesão muito nítida em todos os seus trabalhos até aqui. Os fãs de ‘Golden Hour’ agora têm um novo queridinho para ouvir em dias mornos da primavera.

1. FETCH THE BOLT CUTTERS: Fiona Apple

Na história da música, sempre temos aqueles lançamentos esporádicos que acabam marcando o tempo. Se pegarmos a última década, podemos pensar: qual foi a última vez que um álbum trouxe o que o “Fetch The Bolt Cutters” trouxe? “My Beautiful Dark Twisted Fantasy?”, talvez… Os magníficos “Good Kid, M.A.A.D City” e To Pimp A Butterfly” de Kendrick Lamar? Talvez. Mas a verdade é que nenhuma música jamais soou como o rock de Fiona Apple. Em uma clara demonstração de sua grandiosidade artística, o novo disco da cantora é, acima de tudo, íntimo. Em uma particularidade dela, sua casa torna-se um estúdio, com barulhos de ferramentas, portas batendo e cachorros latindo em um ambiente unicamente da Fiona. Com uma produção formada por elementos fixos (percussão, baixo, teclado/sintetizador, piano e voz), ela canta sobre momentos particulares de sua vida, como quando foi encorajada por uma menina desconhecida em sua escola, ou sobre os momentos tristes que vivenciou em sua prisão. De longe, o melhor álbum feito em muitos, MUITOS anos.

--

--